Não à PL435 e a Violência Obstétrica




Uma jogada de marqueteiro político, uma jogada dos partidos conservadores que sempre lutaram em contra do feminismo, movimentos sociais, em contra do movimento LGBT+, etc;  é se apropriar das lutas de todas as minorias sociais, de movimentos de classe e gênero, usando das suas falas e seus argumentos em contra dos mesmos movimentos, é o que esses canalhas tem feito nestes últimos 7 meses de desgoverno e durante toda a campanha do despresidente.
Ontem fui a uma plenária na ALESP (assembleia legislativa do estado de SP) onde estava sendo votada a PL435  entre outras, e o que vi? dos 94 parlamentares somente haviam 24, dentre eles/elas quem subiu ao palanque? PSL, PHS, PT, PTB e PSOL os quais estavam representados por mulheres na sua maioria, até ai, tudo bem, já que a pauta da PL 435 trata da saúde da mulher e do direito à concepção, só que esta PL não é a favor, É CONTRA A SAÚDE DA MULHER!!!!!!
Faz parte dos jogos de Marqueteiro e dos antiéticos de plantão, é pura canalhice simplesmente, usar os argumentos dos movimentos feministas em contra do movimento feminista entendem?
Explicando:
 a PL 435 (de autoria do PSL/Janaina Paschoal) "defende" que a mulher na hora do parto tenha a liberdade de escolher entre parto normal e parto por cesárea sem precisar informar ao medico que fez todo seu acompanhamento, que ela possa escolher uma cirurgia e inclusive a data do nascimento do filho sem que o medico se posicione a respeito ou mesmo contrariando ordens médicas!!!!!
Isso quer dizer, usam do argumento sobre a liberdade do corpo das mulheres e sobre as discussões relativas ao nosso corpo inclusive as questões de classe para afirmar que é uma PL que defende as classes mais desfavorecidas e a liberdade da mulher sendo que não é bem assim. 
Quando falamos de gênero sabemos que as mulheres passamos por vários tipos de silenciamentos, quando se refere ao nosso corpo o estado e o patriarcado e a industria de uma maneira bem geral, falam o que é ser mulher, qual é o nosso papel e como deve ser feito. Tenho conhecimento pessoal de mulheres  que na hora do parto foram induzidas por médicos/enfermeiros a fazer cessaria, para supostamente evitar a dor e fazendo terrorismo psicológico no momento mais angustiante, o que se caracteriza como violência obstétrica; mesmo ela tendo condições de fazer uma parto normal e que o parto normal seja melhor para a sua saude e a do bebe.
Esta mais do que provado que a cesariana não é um meio seguro para a mãe já que pode acarretar em complicações como infecções, rompimento e hemorragia da placenta em futuras gestações, riscos na saúde da mãe e do bebe no momento do parto devido aos medicamentos usados para a cirurgia, etc.
A (Organização mundial  de saude) OMS indica preferencialmente que o parto por cesárea seja feito somente em casos de emergência ou casos em que o parto normal seja constatado pelo medico como risco para a vida de alguma maneira. Diversos estudos apontam que o crescimento da cessaria em países como o Brasil se deve mais à mercantilização do parto do que se preocupar com a saúde em si, e que os gastos médicos hospitalares aumentam com o uso da cessaria por N razões, mas principalmente porque se tem que aumentar o aparelhamento hospitalar para dar condições médicas mínimas para o procedimento, coisa que no nosso Brasil, esta mais que provado, principalmente no atual desgoverno, a tentativa de sucateamento do SUS e sua privatização. provavelmente pensam em usar os números que virão  como estatísticas que configurem a sua privatização por falta de equipamentos e etc. colocando assim a saúde da mulher em risco mais uma vez! Pois se falamos em classe social, as principais prejudicadas como sempre são as mulheres negras, pobres e periféricas.
 Eles estão usando do argumento direito a escolha e liberdade ao corpo da mulher como ferramenta para aprovar algo que vai em contra das mulheres e da sociedade brasileira e que protege o setor privado principalmente de sofrer denuncias calcadas na violência obstétrica, eles querem ter em mãos uma lei que permita que a mulher no seu momento mais frágil, ou a família, não possa denunciar, porque podem pedir a ela que assine um documento tomando a responsabilidade para si, da sua decisão, que nesse caso, ela não pode ter porque não é ela que vai fazer a cirurgia, nem tem conhecimento técnico para tomar tal decisão, Pois neste momento sim temos de falar em como é feito o procedimento e não sobre o procedimento em si.  
Porque é muito diferente, aqui não se esta discutindo  o direito ou o acesso à cessaria mais sim questões técnicas, muito diferente quando falamos do direito ao aborto e que deveria ser garantido à mulher esse direito de escolha, que sim é uma pauta do feminismo.
Nós mulheres não estamos discutindo se o aborto deveria ser feito por X ou Y mais sim que queremos ter essa escolha como plena, uma decisão tomada por nós e não pelo estado ou pelo patriarcado, muito diferentemente do que esta acontecendo com esta PL e a sua transfiguração numa luta mórbida em retirada de direitos e garantias da mulher, que é o que a PL435 representa por isso falamos que não!

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